A Língua Portuguesa na Internet e nos negócios

É em Português que comunicamos e pensamos os nossos conteúdos. Apesar das assimetrias no nível de utilização, a Língua Portuguesa é importante na Internet em volume de utilizadores. O Português é um grande potenciador da troca de experiências de negócios e conhecimentos profissionais em várias áreas da atividade económica, assim como do aumento os negócios entre países onde se fala a língua de Camões.

A UNESCO ratificou o dia 5 de maio como Dia Mundial da Língua Portuguesa. A decisão ocorreu hoje (25), em Paris, durante a assembleia-geral da Organização das Nações Unidas para a Educação, Ciência e Cultura.

A cerimônia levou o primeiro-ministro português, Antônio Costa, à capital francesa. “É um passo muito importante para as 260 milhões de pessoas que têm o português com língua oficial e que é hoje a língua mais falada no hemisfério Sul”, disse o primeiro-ministro.

Algumas empresas já o estão a fazer, mas de que estamos à espera para aumentar o nível de partilha?

 

O português é a quinta língua do mundo em termos de utilizadores na Internet, segundo os dados do Internetworldstats.com e ainda tem bastante margem para evoluir, quando comparamos com a América do Norte, em que a taxa de penetração da Internet na população é de mais de 78%.

O Acordo Ortográfico tem suscitado muita discussão e, concorde-se ou não, surge no sentido de aproximar e reforçar a Língua Portuguesa num mundo globalizado. O primado da economia assim o obriga. Basta referir que o Brasil é o 7º maior mercado de internet no mundo e muitas vezes a versão de websites em Português do Brasil surge primeiro do que a versão de Português Europeu, como é muitas vezes designado.

Em contrapartida, em Portugal o crescimento do Produto Interno Bruto tem verificado uma estagnação nos últimos 15 anos, tendo-se verificado uma divergência em relação aos valores registados pela União Europeia.

Esta situação estava de certa forma prevista no Livro Verde para a Sociedade da Informação em Portugal (Missão para a Sociedade da Informação, 1997), que perspectivava a transformação necessária e já alertava para o aparecimento de novas oportunidades de negócio, que exigiam soluções criativas e formas inovadoras de desenvolver a distribuição e a comercialização dos produtos e serviços.

As questões levantadas no documento num contexto de globalização permanecem atuais. Como refere o texto, «no caso português, fundamentalmente caracterizado pela predominância das PME e, face às naturais condicionantes geográficas de país periférico, o desenvolvimento e generalização da implantação de estruturas de suporte a redes de empresas irá decerto constituir um factor de sobrevivência num cenário de economia global».

Passados 15 anos da data desta publicação, o país encontra-se em clima de recessão económica. O ano passado ficou para a história de Portugal pelo ano em que o FMI voltou a entrar no país depois dos anteriores pedidos de intervenção de 1977 e 1983 e o presente ano tem sido marcado pela austeridade e pelo desemprego. Apesar da situação económica, Portugal tem a população com maior nível de escolaridade da sua própria história.

Português como língua de negócios

Há países de Língua Portuguesa que, apesar de também se verem afetados pela conjuntura atual, têm experimentado crescimentos nos últimos anos. Este é o caso do Brasil, que integra os BRIC (acrónimo BRIC, que corresponde à crescente importância e potencial de países como o Brasil, Rússia, Índia e China, criado por Jim O’Neill da consultora Goldman Sachs em 2001). Outros casos interessantes são o desenvolvimento económico de Angola e de Moçambique, encarados como um caso de sucesso entre as economias africanas.

Como além da língua, partilhamos uma cultura que nos diferencia das outras, de que estamos à espera para tornar esse fator uma vantagem? As empresas portuguesas estão a procurar sair da sua zona de conforto para encontrar soluções para a crise lá fora, em mercados com taxas de crescimento mais elevadas.

Os países de língua portuguesa poderão encontrar em Portugal a sua entrada no mercado europeu, assim como colaborar na construção de conhecimento e partilha de tecnologia em português. Todos os países têm muito a ganhar com esta cooperação, desde a partilha de conhecimento nas escolas e universidades à construção de empresas com maior massa crítica no mercado globalizado.

Para que a Língua cumpra a sua função unificadora, a comunicação empresarial tem de estar à altura do desafio e as empresas têm de reconhecer a sua importância, aos mais variados níveis. Para manter os negócios na era da Internet, é preciso respeitar a Língua Portuguesa e expressar-nos de forma clara para evitar equívocos decorrentes de vivências culturais diferentes e estereótipos. A comunicação fluída permite construir um ambiente de confiança entre os diferentes povos, condição indispensável para o estabelecimento de relações empresariais.

O que está a fazer para potenciar esta troca de experiências em Português?

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