Bullet Journal: escrever no papel na era digital

bullet journal

As agendas em papel estão na moda. Os planners em papel ganham espaço nas contas de Instagram em todo o mundo e vários especialistas em produtividade criam a sua própria metodologia que depois incorporam num planner anual. O Bullet Journal tem o seu charme por ser um método simples de seguir e bastante atractivo visualmente.

No Instagram sigo várias hashtags relacionadas, como #bulletjournal #bulletjournaladdict ou #bulletjournalcommunity e fico impressionada com a quantidade gigantesca de fãs deste método.

Curiosamente, foi criado por Ryder Carroll, diagnosticado com Défice de Atenção numa altura em que havia poucos recursos disponíveis para lidar com a situação no dia-a-dia.

Como não havia um sistema que o satisfizesse, resolveu criar um sistema que funcionasse para ele que depois se encaixou nas necessidades de tantas pessoas.

Ryder Carroll is a New York Times best-selling author, digital product designer, and inventor of the Bullet Journal method.

O Bullet Journal vai buscar o prazer de escrever e desenhar no papel, o que tem algo de mindfullness. Estar ali, focado no acto de escrever. Reservar tempo nesta vida agitada para pensar. (Re)Aprender o significado da palavra prioridade.  É uma questão de intencionalidade.

Escrever faz bem. Os benefícios de ter um diário (em inglês journaling) são vários: ganhar clareza em relação ao que nos vai na mente, acalmar, ver várias perspectivas do mesmo tema ou problema que queremos resolver, estimular a criatividade e detectar padrões de pensamento. Isto no âmbito pessoal.

Como empreendedora também uso várias ferramentas de produtividade mas não passo sem o meu caderno de capa dura preta onde aponto os pensamentos estratégicos. Onde quero estar ao fim do ano e para onde quero caminhar em 3 anos. O bullet journal entra na parte mais táctica da gestão do dia-a-dia. Quem sabe eu não pego nos marcadores e lápis de cor da Sofia e começo a dar mais cor à minha forma de pensar!

Confesso que tenho pena de não ter grandes dotes para o desenho, mas gosto de ver e de me inspirar na beleza. Sou bastante sensível à arte e tenho sempre de delegar as tarefas relacionadas com design. E se eu vos disser que tenho vários cadernos lindos completamente em branco para começar a escrever? É daquelas coisas embaraçosas… sou compradora compulsiva de cadernos «com potencial». Depois há todo um conjunto de equipamentos e utensílios associados: canetas, stencil, técnicas…

A beleza deste método é que os diários fica para nós. Podemos usar os símbolos convencionados ou criar a nossa própria adaptação. Não temos de os partilhar com o mundo. Vou continuar a usar o bullet journal com adaptações e a deliciar-me com os desenhos das outras pessoas que têm a amabilidade de partilhar coisas bem feitas nas redes sociais.

bullet journal

Créditos: Estée Janssens

Recursos

Eis os principais símbolos:

. | Tarefa
– | Notas
O | Eventos
X | Tarefa concluída
> | Tarefa adiada
* | Prioridade
! | Inspiração

Para inspiração:

How to declutter your mind — keep a journal | Ryder Carroll | TEDxYale

Livro em Português

Bullet Journal

Texto publicado em 16 de Setembro de 2013

Eu sempre fui fã dos cadernos manuscritos e desde 2010 que a minha agenda GTD consiste num Filofax vermelho com recarga da Âmbar que anda sempre comigo e umas folhas quadriculadas arrancadas de um caderno velho, porque faço questão de reciclar. O espaço é o suficiente para ter um mês por página e ter um espaço em baixo para as notas e comentários.

Encontrei por acaso na Web este vídeo do Bullet Journal de Ryder Carroll e vou aproveitar algumas ideias para melhorar o sistema que já uso.

Acaba por ser parecido, mas acrescenta-lhe um índice, uma página para os dias do mês, lista de tarefas com caixas de verificação, compromissos assinalados por um círculo e estrelas para marcar a prioridade.

Além da página com os dias do mês vai-se construindo o registo diário. No fim do mês vira-se a página e repete-se o processo, rasurando as tarefas realizadas e aquelas que entretanto deixaram de ser importantes, migrando as outras tarefas que não foram realizadas para o mês seguinte.

Podem ainda agrupar-se tarefas por temas e criar coleções de tarefas.

No meu caso…

O sistema com caderno de argolas que uso permite alguma flexibilidade acrescida, se bem que reconheço a comodidade dos cadernos A5.

Costumo pegar nas 6 folhas de um ano e levar comigo uma capa de portfolio levezinha que serve para os documentos e sempre que tenho tempos mortos  – como esperar por uma reunião ou consulta – vou apontando as coisas que me ocorrem.

Se juntarmos a este sistema a lógica GTD, podemos ter uma folha que funcione como a caixa de entrada para as tarefas e colocar na agenda os eventos para os compromissos com dia e hora marcada.

Podemos criar ainda uma folha para aquelas ideias que estão a marinar, para um dia quando tivermos tempo (Incubar)… No total, não é muito complicado: Caixa de entrada + Calendário + Incubadora.

Devemos ainda recordar a regra dos 2 minutos: se uma ação demora menos de 2 minutos para ficar resolvida, o melhor é fazer logo.

Mentoria em Marketing

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