A D&B traçou o perfil da presença das mulheres nas empresas portuguesas, onde destaca o afastamento dos cargos de gestão, principalmente no topo da carreira. Para dar um exemplo, 92% dos directores gerais são homens e quanto maior for a empresa, menor a probabilidade de encontrar uma mulher em funções de gestão.
O desenvolvimento económico do país beneficiaria com a valorização de metade da população que tem ideias mas pouca margem para as desenvolver. O empreendedorismo das mulheres precisa da confiança delas próprias e da sociedade, através da ajuda efectiva dos companheiros, familiares e amigos. Os frutos serão certamente partilhados por todos.
Apenas 30,1% das funções de gestão são desempenhados por mulheres e 55,3% das empresas têm participação feminina na sua gestão, continuando as funções de topo maioritariamente em mãos masculinas. As áreas existem mais mulheres são as de Recursos Humanos, Qualidade, Finanças e Marketing, revela o estudo da D&B.
O Estudo sobre o Perfil da presença feminina no tecido empresarial português, elaborado pela Informa D&B em Março, recorre à sua Base de Dados, que reúne dados de várias fontes públicas e contempla o universo total de empresas em Portugal.
Se considerarmos que metade das funções nas empresas pertencem à função “sócio gerente”, que em 71% dos casos é representada por um homem e em 29% por uma mulher, podemos concluir que há muito a fazer no empreendedorismo no feminino.
As razões para a menor vontade de arriscar das mulheres são facilmente compreensíveis: maiores responsabilidades familiares, por vezes falta de apoio da família, amigos entidades de apoio social. Quando me refiro a apoio não é só dizer «tu consegues». É partilha nos cuidados a familiares e nas tarefas domésticas – esse contrato de trabalho vitalício não remunerado que há séculos pende para o lado feminino.
Na primeira década do milénio, mais de 60% dos licenciados são do sexo feminino. Apesar de apostarem mais na formação académica, essa valorização não se reflecte em progressão na carreira, uma vez que para igual trabalho, as mulheres recebem menos que os seus colegas do sexo masculino.
No mínimo, esta situação gera mal-estar e frustração em metade da população. Ainda por cima, as mulheres sofrem também da baixa auto-estima nacional, da falta de solidariedade geral (feminina e masculina) e também com a inveja, quando apesar de tudo conseguem ser bem sucedidas.
O resultado é desastroso, mas não inevitável. As mudanças podem ser imediatas e altamente proveitosas, com pequenas mudanças de atitude em ambos os sexos.
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